18 de abril de 2009




Nocturno

Espírito que passas, quando o vento
Adormece no mar e surge a Lua,
Filho esquivo da noite que flutua,
Tu só entendes bem o meu tormento...
-
Como um canto longínquo – triste e lento –
Que voga e subtilmente se insinua,
Sobre o meu coração, que tumultua,
Tu vertes pouco a pouco o esquecimento...
-
A ti confio o sonho em que me leva
Um instinto de luz, rompendo a treva,
Buscando, entre visões, o eterno Bem.
-
E tu entendes o meu mal sem nome,
A febre de Ideal, que me consome,
Tu só, Génio da Noite, e mais ninguém!

Antero de Quental,
Sonetos
.

2 comentários:

Roberto disse...

E tu capisci il mio male senza nome,
La febbre di Ideale, che mi consuma,
Tu soltanto, Genio della Notte, e nessun altro!

Antero, un genio che era un santo!

Bellissima anche la foto

Ciao

Graça disse...

Uma vez mais, obrigada, Roberto,pelas palavras de (e sobre) Antero, que ganham outra cor na tua língua. Bjs