17 de setembro de 2011

































Não sabemos nada.

Nunca saberemos se os enganados

são os sentidos ou os sentimentos,

se viaja o comboio ou a nossa vontade

se as cidades mudam de lugar

ou se todas as casas são a mesma.

Nunca saberemos se quem nos espera

é quem nos deve esperar, nem sequer

quem temos de aguardar no meio de um cais frio.

Não sabemos nada.

Avançamos às cegas e duvidamos

se isto que se parece com a alegria

é só o sinal definitivo

de que nos voltamos a enganar.




Amalia Bautista








2 comentários:

Anónimo disse...

Gostei muito e não conhecia este.
Boa escolha, Graça.

Graça disse...

De facto, é difícil escolher entre tantos e tão bons poemas da autora. Obrigada pelo comentário.