Às vezes, encontro-me nas palavras dos outros. Mais raramente, nas minhas. Por pura coincidência. Em pura coincidência.
18 de abril de 2010
NOX
Noite, vão para ti meus pensamentos,
Quando olho e vejo, à luz cruel do dia,
Tanto estéril lutar, tanta agonia,
E inúteis tantos ásperos tormentos...
Tu, ao menos, abafas os lamentos,
Que se exalam da trágica enxovia...
O eterno Mal, que ruge e desvaria,
Em ti descansa e esquece alguns momentos...
Oh! Antes tu também adormecesses
Por uma vez, e eterna, inalterável,
Caindo sobre o Mundo, te esquecesses,
E ele, o Mundo, sem mais lutar nem ver,
Dormisse no teu seio inviolável,
Noite sem termo, noite do Não-ser!
Antero de Quental, Sonetos
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3 comentários:
Notte, vanno a te i miei pensieri,
Quando sento e vedo, alla crudele luce del giorno,
Tanto sterile lottare, tanta agonia,
E tanti aspri e inutili tormenti ...
Tu, almeno soffochi i lamenti
Che esalano dalla tragica segreta ...
L’eterno Male, che ruggisce e muta,
In te riposa e oblia alcuni momenti ...
Oh! Prima che anche tu ti addormentassi
Per una volta, e eterna, inalterabile,
cadendo sopra il Mondo, ti dimenticassi,
E lui, il Mondo, senza più lottare né vedere,
Dormisse nel tuo seno inviolabile,
Notte senza confine, notte del Non-essere!
da http://spazioinwind.libero.it/ilfaroriposto/anterotarquiniodequental.htm
Obrigada por esta bela versão, Roberto!
gosto muito desse poema
a meu ver penso que o autor considera a noite como a salvaçao do dia, miseravel, mas que tambem a noite precisa, ela mesmo, de "adormecer"
nao sei se e isso... ?
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