Amor à vista
A mulher que não há começa em ti
Começa em ti a sempre tão ausente
A sempre tão distante e tão aqui
Tão doente da partida e tão presente.
Começa em ti a sempre incomeçada
A que por nunca ser nunca perdi
A que era amor do amor: corpo de nada.
A mulher que não há começa em ti.
Começa em ti um tempo em que ajoelho
Tempo de amar ou templo: terra e mar.
Meus olhos deslumbrados com Açores
À vista: eu que sou Gonçalo Velho
Vivendo a glória extrema de chegar
Às tuas ilhas que direi de amores.
Manuel Alegre
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