então pela tua arrogância
então pela tua arrogância
se me tivesses deixado esperar
Hilda Doolittle (tradução de Filipe Jarro)
Às vezes, encontro-me nas palavras dos outros. Mais raramente, nas minhas. Por pura coincidência. Em pura coincidência.
Ano
Benéficas agora, ainda tranquilas
As cepas, as uvas
A vinha do enforcado. O Outro
É ainda o desconhecido, o Outro estava, está sempre
Fechado neste céu opaco
Onde a luz avinhada
É cada vez mais frouxa
- e o grito do tentilhão já é só gelo.
Aqui, nestes trabalhos calmos,
Claros, aqui prossegue e arde
O todo que não tenho
Mas tenho que perder.
Os tempos que se foram,
O tempo que aí vem
Arremetem –
Sem saber como, cheguei aqui,
Espero, ardo, avanço por
Dias e dias inacessíveis
E torno-me sem fim o que já sou,
A repousar nesta luz vazia.
Mario Luzi
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toda a ignorância escorrega para o saber
e de novo se arrasta para a ignorância:
mas o inverno não é para sempre,mesmo a neve
derrete;e se a primavera estragar o jogo, que fazer?
toda a história é um desporto de inverno ou três:
que fossem cinco, eu seguiria insistindo que toda
a história é demasiado pequena até mesmo para mim;
para mim e para ti, excessivamente demasiado pequena.
Mergulha (estridente mito colectivo) na tua tumba tão-só para trabalhar a escala até à hiperestridência por cada magda e marta diogo e david
-amanhã é o nosso endereço permanente
e aí mal nos hão-de achar(se acharem,
mudaremos ainda mais para diante:para agora
e.e.cummings
(tradução de Jorge Fazenda Lourenço)
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