Eco
Vagas são as promessas e ao longe,
muito longe, uma estrela.
Cruel foi sempre o seu fulgor:
sonâmbulas cidades, ruas íngremes,
passos que dei sem onde.
Era esse o meu reino, e era talvez essa
a voz da própria lua.
Aí ficou gravada a minha sede.
Aí deixei que o fogo me beijasse
pela primeira vez.
Agora tenho as mãos vazias,
regresso e sei que nada me pertence
- nenhum gesto do céu ou da terra.
Apenas o rumor de breves sombras
e um nome já incerto que por mágoa
não consigo esquecer.
Fernando Pinto do Amaral
.
2 comentários:
Mais uma coincidência!
Adoro Fernando Pinto do Amaral!!!
Beijo
Bem, Cláudia, não é uma coincidência perfeita: em rigor só posso dizer que gosto deste poema de Fernando Pinto do Amaral, o que não é suficiente para adorar o autor, embora tenha a certeza de que o poeta será merecidamente "adorável".
Obrigada pela visita.
Enviar um comentário