15 de agosto de 2008





Tempo


Não sei se te nomeie ou nomeie o vento,
isto que passa
e procura os outros lugares onde o pólen cai.
Talvez uma colmeia confie ao seu mel o que
ficou de um ano
em que a tempestade não se fez ouvir sobre
as corolas.
O que viste antes de Setembro perdeu-se,
apagou-se,
afastou-se sem dizer nada,
como os barcos que pouco a pouco se
afastaram da nossa vida,
calados e brancos,
com as suas gaivotas de asas fechadas,
envelhecendo lado a lado, sobre o convés.

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José Agostinho Baptista

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1 comentário:

Ricardo Pulido Valente disse...

tens aqui algusn surrealistas que interessam ao meu blog:)

obg pelo link.

abraço:)