4 de setembro de 2008






E o amor transformou-se noutra coisa com o mesmo nome.

Era disto que falavam as mães quando davam conselhos

às filhas e diziam: o amor vem depois. Era isto o depois.

Uma ternura simples, quase dolorosa, muitos silêncios,

todas as horas do dia e um poema que se dissolve dentro

de mim e que, devagar, sem rosto, desaparece.


(Helsínquia, Maio de 2007)




José Luís Peixoto, Gaveta de Papéis






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