Último dos poemas de um marinheiro
das paixões só conheci as mais pequenas
aquelas que nasciam na palma das mãos e desapareciam
com a água do mar. mas não eram paixões por barcos
ou pássaros ou cabelos teus: só uma fenda no céu
verde e azul e uma casa desabitada
das paixões só conheci as mais pequenas
como se no minuto imediato eu tivesse de esperar a morte
ou as aves no seu regresso do norte
de resto, implorei aos deuses uma morada branca
onde nenhum peixe chegasse antes do alvorocer
onde nenhum nome coubesse, onde nenhum olhar entrasse
implorei aos deuses o seu encantamento
não o seu dó. foi então que, das paixões, das mais pequenas
surgiram os teus olhos tão verdes e tão brancos
que só eu neles poderia poisar como um pescador
sem mar onde navegar ou lavar o rosto.
aquelas que nasciam na palma das mãos e desapareciam
com a água do mar. mas não eram paixões por barcos
ou pássaros ou cabelos teus: só uma fenda no céu
verde e azul e uma casa desabitada
das paixões só conheci as mais pequenas
como se no minuto imediato eu tivesse de esperar a morte
ou as aves no seu regresso do norte
de resto, implorei aos deuses uma morada branca
onde nenhum peixe chegasse antes do alvorocer
onde nenhum nome coubesse, onde nenhum olhar entrasse
implorei aos deuses o seu encantamento
não o seu dó. foi então que, das paixões, das mais pequenas
surgiram os teus olhos tão verdes e tão brancos
que só eu neles poderia poisar como um pescador
sem mar onde navegar ou lavar o rosto.
Francisco José Viegas, As Imagens
1 comentário:
das paixões felizmente conheci as maiores
aquelas que nascem no verso da pele e que nem de dor desaparecem
Bonito, muito bonito, atrevi-me ao plágio.
Enviar um comentário