Às vezes, encontro-me nas palavras dos outros. Mais raramente, nas minhas. Por pura coincidência. Em pura coincidência.
8 de junho de 2010
devagar, o tempo transforma tudo em tempo.
o ódio transforma-se em tempo, o amor
transforma-se em tempo, a dor transforma-se
em tempo.
os assuntos que julgámos profundos,
mais impossíveis, mais permanentes e imutáveis,
transformam-se devagar em tempo.
por si só, o tempo não é nada.
a idade de nada é nada.
a eternidade não existe.
no entanto, a eternidade existe.
os instantes dos teus olhos parados sobre mim eram eternos.
os instantes do teu sorriso eram eternos.
os instantes do teu corpo de luz eram eternos.
foste eterna até ao fim.
José Luis Peixoto
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4 comentários:
No entanto a eternidade só é digna de algumas pessoas. Bjinho
Talvez. Mas todas as pessoas são dignas da eternidade...
Beijinho.
Lindíssimo, este poema. A eternidade existe, mas é efemera. Um olhar dura um segundo mas fica eternamente presente...
A eternidade existe sempre que há uma promessa de felicidade.
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