Às vezes, encontro-me nas palavras dos outros. Mais raramente, nas minhas. Por pura coincidência. Em pura coincidência.
17 de outubro de 2004
António Ramos Rosa (n. 1924)
Quem escreve
Quem escreve quer morrer, quer renascer
num ébrio barco de calma confiança.
Quem escreve quer dormir em ombros matinais
e na boca das coisas ser lágrima animal
ou o sorriso da árvore. Quem escreve
quer ser terra sobre terra, solidão
adorada, resplandecente, odor de morte
e o rumor do sol, a sede da serpente,
o sopro sobre o muro, as pedras sem caminho,
o negro meio-dia sobre os olhos.
António ramos Rosa, Acordes
http://www.geocities.com/Paris/Concorde/1070/antonioramosrosa.html
http://www.instituto-camoes.pt/arquivos/literatura/arqvarrosa.htm
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