Às vezes, encontro-me nas palavras dos outros. Mais raramente, nas minhas. Por pura coincidência. Em pura coincidência.
19 de outubro de 2004
Vinicius de Moraes (1913-1980)
Soneto da Separação
De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto
De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama
De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente
Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.
Vinicius de Moraes
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
1 comentário:
Dia 2o, acho eu, dia 21 é dia de Coleridge. Eles são tantos que já desisti de apanhã-los todos... E às vezes é difícil escolher...
Enviar um comentário