11 de março de 2006


Sebastião Alba (1940-2000)

fim de poema

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Para que nem tudo vos seja sonegado,
cultivai a surdina.
Eu fico em surdina.
Em surdina aparo
os utensílios,
em surdina me preparo
para morrer.
Amo, chut!, em surdina;
a minha vida,
nesga entre dois ponteiros, fecha-se
em surdina.

Sebastião Alba, A Noite Dividida

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