26 de abril de 2006


Vicente Aleixandre (1898-1984)



EL POETA SE ACUERDA DE SU VIDA

Perdonadme: he dormido.
Y dormir no es vivir. Paz a los hombres.
Vivir no es suspirar o presentir palabras que aún nos vivan.
¿Vivir en ellas? Las palabras mueren.
Bellas son al sonar, mas nunca duran.
Así esta noche clara. Ayer cuando la aurora
o cuando el día cumplido estira el rayo
final, ya en tu rostro acaso.
Con tu pincel de luz cierra tus ojos.
Duerme.
La noche es larga, pero ya ha pasado.

Vicente Aleixandre

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3 comentários:

zoto disse...

(pequena e extraordinária coincidência, pois...)

João Villalobos disse...

Que poema admirável! Por vezes, tenho inveja de quem escreve em língua espanhola, mas é só porque não consigo fazer o mesmo em português :)

Graça disse...

É verdade que o menino não ganhou o Nobel como o Vicente - ainda...
Mas que escreve em português com o mesmo garbo que qualquer espanhol, lá isso ninguém nega.