José Agostinho Baptista (1948)
Parte-se
Parte-se,
como uma ânfora desmedida,
o meu coração.
É Junho,
começam a abrir-se as flores da melancolia.
Desço os degraus da casa e da terra.
Fecho os olhos.
E por dentro da sua cor,
por dentro da sua luz verde,
esses olhos partem para o mar,
quando o crepúsculo cai do outro lado dos
espelhos
Parece que os girassóis se erguem na berma
das estradas.
Parece que as cegonhas dormem.
Nem tu,
cujo rosto vi desenhar-se tantas vezes no
rosto da lua, me poderás salvar.
4 comentários:
Desculpa a minha ignorância, mas este poeta é açoriano? Toda a ambiência me sugere o arquipélago...
Boa pergunta, Mito: é ilhéu, de facto, mas madeirense.
Obrigada pela visita e pela apreciação, Joana.
Obrigada pela simpatia Romã, embora tenha, (in)felizmente, consciência das limitações do blogue.
Beijinho!
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