2 de agosto de 2006


José Afonso (1929-1987)


Que Amor Não me Engana

Que amor não me engana
Com a sua brandura
Se de antiga chama
Mal vive a amargura

Duma mancha negra
Duma pedra fria
Que amor não se entrega
Na noite vazia

E as vozes embarcam
Num silêncio aflito
Quanto mais se apartam
Mais se ouve o seu grito

Muito à flor das águas
Noite marinheira
Vem devagarinho
Para a minha beira

Em novas coutadas
Junto de uma hera
Nascem flores vermelhas
Pela Primavera

Assim tu souberas
Irmã cotovia
Dizer-me se esperas
O nascer do dia

José Afonso


2 comentários:

firmina12 disse...

12 de agosto sou eu

Graça disse...

Bem, lá terei de dispensar o Torga, a 12 e de ignorar o Jostein Gaarder a 8 ... ;)