14 de setembro de 2004

Quando o silêncio se faz voz


Às vezes,ouves-te, subitamente:
Uma estranha melodia
De ecos, de sombras,
Que te rouba a voz,
Que te rouba a ti.
Talvez seja só o mar
Que leva o que não foste sendo,
Que lava pegadas por dar.
Devias repetir, repetir-te,
Até entender, até entenderes,
até não fazer sentido,
até ensurdeceres,
ou calares finalmente o silêncio.
Devias gritar o sangue,
Deixar a alma escoar-se até à morte,
Até o corpo enrouquecer,
E abrir os olhos, devagar,
E viver em ti.

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