Eduardo Bettencourt Pinto (1954)
Poema no guardanapo
Nadas na sombra de uma grande ausência.
Cobrem-te os vidros do espanto,
fragmentos de ardidos instantes,
o peso da água incendiada.
Imaginas então o ressoar
de uns pés infantis
na fotografia mais distante
do teu nome.Sabes então que só na terra
onde escondes o coração
correrás por entre as palmeiras
e o eco dos primeiros rios.
Eduardo Bettencourt Pinto.
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