Para o Mito:
AINDA HÁ MAR
(D. Sebastião aparecerá numa grande nau
por detrás do Ilhéu em Vila Franca do Campo)
Ainda há naus e viagem algures em nós
Ainda há mar
Ainda há naus para chegar ao outro lado
Lá onde só se espera
O inesperado
Talvez um dia por detrás do Ilhéu
Do meio da mágoa e da neblina
Porque ainda há viagem e Taprobana
Ainda há naus para passar
Além do tédio e da rotina
Ainda há mar
Ainda há naus para a abstracção
Matemática dos astros e dos ventos
Navegação do mito e seu teorema
Ainda há mar
Ao menos no poema
Manuel Alegre, Atlântico
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